Na era da Inteligência Artificial, com uma abundância de bibliotecas, agentes, plataformas, ferramentas internas e recursos de automação para qualquer função, o desafio agora é determinar o que é ou não adequado para você e para o seu negócio.
Navegar no labirinto de ferramentas internas pode levar ao caos e à ineficiência mais rápido do que se imagina. No entanto, com uma visão clara, estratégia, prioridades e alinhamento de incentivos entre as equipes de tecnologia e negócios, as ferramentas internas podem ser um excelente caminho para o seu crescimento e sucesso.
Descubra os “custos” ocultos da falta de governança enquanto sobrecarrega todo o seu ecosistema e infraestrutura de tecnologia, também conhecido como tech stack, em tradução livre seria a sua pilha de tecnologia, ou a lista de todos os serviços, aplicativos, e infraestrutura de tecnologia disponíveis na sua empresa.
Na busca pela máxima eficiência e produtividade, as empresas frequentemente caem na armadilha de adotar várias ferramentas, acreditando que essas ferramentas “líderes do setor” ou “inovadoras” irão agilizar os fluxos de trabalho e resolver problemas por si mesmas—problemas normalmente causados por processos quebrados e pessoas desconectadas. No entanto, a realidade é bem diferente. Quando as equipes são bombardeadas com uma infinidade de ferramentas, elas acabam gastando mais tempo aprendendo e alternando entre elas, o que leva a uma queda na produtividade geral.
Em vez de aumentar a eficiência, a constante troca de contexto e a curva de aprendizado associada a cada nova ferramenta podem sobrecarregar os funcionários. Sem um sistema ou abordagem unificados, o tempo economizado por uma ferramenta pode facilmente ser perdido no caos de gerenciar várias, resultando em uma perda líquida de produtividade.
Sem mencionar que tal abordagem, frequentemente negligenciada, pode criar dependências desnecessárias que precisam ser mantidas e desenvolvidas à medida que os negócios estão em constante evolução e exigem mudanças contínuas. Quando essas ferramentas são integradas a outros sistemas e pontos de dados, torna-se ainda mais crítico estabelecer convenções e acordos—também conhecidos como governança—entre as equipes para garantir continuidade com sucesso e segurança.
A fadiga de ferramentas é um fenômeno real que ocorre quando os funcionários ficam sobrecarregados com a quantidade de ferramentas que devem usar diariamente. Esse excesso pode diminuir a satisfação no trabalho, aumentar o estresse e até levar ao esgotamento. Alguns memes circulam no Instagram e TikTok, onde as pessoas reagem aos sons de notificação e alertas de ferramentas de produtividade e comunicação, refletindo esse problema de forma humorística.
Quando os funcionários precisam alternar entre diversas plataformas, cada uma com sua própria interface, notificações e peculiaridades, isso pode se tornar mentalmente exaustivo. Essa constante mudança de foco prejudica a colaboração eficaz, levando a erros, mal-entendidos, esforços duplicados e falhas na comunicação. Como resultado, a coesão da equipe sofre, e a qualidade do trabalho diminui, impactando o sucesso geral dos projetos.
Por exemplo, algumas pessoas amam o Zoom, enquanto outras preferem o Meet, e alguns membros da equipe podem preferir o Slack, enquanto outros usam o Teams. Essas preferências pessoais podem causar confusão e comunicação fragmentada. De acordo com o Relatório Adobe State of Work de 2023, 68% dos funcionários expressaram o desejo de usar menos aplicativos para reduzir a complexidade e simplificar o trabalho. Isso destaca a necessidade de um melhor alinhamento de ferramentas para aumentar a produtividade e reduzir a sobrecarga cognitiva.
As empresas devem simplificar seu ecosistema de tecnologia eliminando ferramentas redundantes, enquanto fornecem os melhores recursos e diretrizes para que suas equipes tenham sucesso, priorizando compatibilidade, facilidade de uso, conveniência, segurança e confiabilidade.
Embora cada ferramenta possa parecer acessível individualmente, o custo rapidamente aumenta quando uma empresa assina várias plataformas. Isso pode impor uma pressão significativa no orçamento da organização, desviando fundos que poderiam ser melhor utilizados em outro lugar, ou até mesmo direcionados para melhorar uma ferramenta existente que substituiria outras e simplificaria os fluxos de trabalho.
Além disso, os custos ocultos de treinamento, manutenção e possíveis períodos de inatividade devido a problemas de integração podem inflacionar ainda mais as despesas. As empresas devem avaliar cuidadosamente o impacto de cada ferramenta e considerar se os benefícios realmente superam os custos.
Um relatório da MEGA International destaca que empresas que racionalizam seu portfólio de software por meio da redução de aplicações podem obter economias substanciais em taxas de licenciamento, manutenção e suporte, potencialmente cortando até 30% dos gastos com TI. Além disso, ao reduzir redundâncias, as empresas podem simplificar os fluxos de trabalho, melhorar a produtividade e aumentar a segurança. Da mesma forma, a StateTech Magazine menciona que as organizações que eliminam 20-30% de aplicativos redundantes como parte de iniciativas de modernização de TI podem alcançar reduções significativas de custos operacionais enquanto melhoram o alinhamento com os objetivos de negócios.
Um dos desafios significativos—ou tarefas hercúleas—de ter várias ferramentas é integrá-las perfeitamente—ok, nem todas precisam ser integradas. Imagine um negócio orientado por tecnologia ou habilitado por tecnologia, e eles pagam por ferramentas complementares para administrar a empresa:
Ferramentas de produtividade:
CRMs:
Voilà, tudo isso faz parte do seu ecosistema de tecnologia... Agora, a integração se torna ainda mais complexa ou virtualmente impossível, frequentemente levando a silos de dados e falhas de comunicação. A falta de integração pode resultar em esforços duplicados, inconsistências de dados e um fluxo de trabalho fragmentado, minando o próprio propósito de adotar essas ferramentas.
Antes de fazer qualquer coisa, eu argumentaria e questionaria a necessidade de todas essas ferramentas redundantes: se não há casos de uso reais, pode ser devido à falta de governança, orientação e visão.
Eu diria que, se esse contexto não for alterado, pode desencadear uma reação em cadeia para o caos. Estabelecer políticas e processos de governança adequados para gerenciar tanto a infraestrutura existente quanto as novas evitará que esse cenário se repita no futuro, se devidamente aplicados. Para isso, alguns passos iniciais são necessários, incluindo:
Um ecossistema tecnológico expansivo com várias ferramentas aumenta a área de exposição para possíveis violações de segurança. Cada plataforma adicional introduz novas vulnerabilidades, tornando mais difícil garantir a proteção de dados e a conformidade.
De acordo com o Relatório IBM 2024 sobre o Custo de uma Violação de Dados, o custo médio global de uma violação de dados aumentou para US$ 4,88 milhões. Empresas que operam com dados distribuídos em múltiplos ambientes (como nuvens públicas e privadas) experimentaram custos de violação superiores a US$ 5 milhões, o que é ainda maior do que a média global. Isso ressalta a importância de reduzir a complexidade do ecosistema de tecnologia e aplicar uma governança rigorosa para limitar a exposição e os potenciais danos financeiros.
Garantir a conformidade com padrões e regulamentações do setor é um aspecto crucial na gestão de uma diversidade de ferramentas tecnológicas. À medida que as empresas expandem seus ecossistemas tecnológicos, precisam navegar em um cenário complexo de requisitos legais e leis de proteção de dados. Cada ferramenta adicionada ao ecosistema de tecnologia pode estar sujeita a diferentes padrões de conformidade, dependendo de sua função e do tipo de dados que manipula. Isso exige um entendimento abrangente de vários marcos regulatórios, como GDPR, HIPAA ou CCPA, entre outros. Falhar em aderir a essas regulamentações pode resultar em penalidades severas, repercussões legais e danos à reputação de uma empresa. Portanto, as empresas devem implementar verificações rigorosas de conformidade e manter políticas atualizadas para garantir que cada ferramenta esteja alinhada com os padrões legais necessários. Audits regulares, treinamentos para funcionários e a colaboração com especialistas em conformidade são estratégias essenciais para mitigar riscos relacionados à não conformidade e proteger a integridade do negócio.
Eu adoro quando podemos aproveitar ferramentas de terceiros que resolvem fluxos de trabalho internos para aumentar a produtividade e o crescimento, alinhados com as visões da empresa e da tecnologia. Eu realmente acredito que, na maioria dos casos, essa é uma maneira mais rápida, inteligente e segura do que construir sua própria ferramenta personalizada. Claro, algumas exceções podem se aplicar a casos de uso específicos, mas elas são mínimas.
Meu conselho? Aproveite as ferramentas de terceiros com orientação e responsabilidade adequadas. Converse com suas equipes e liderança sobre suas ideias, juntos vocês tomarão decisões mais informadas que beneficiarão o negócio e as equipes.